O MESTRE

Em poucos casos na história, temos relatos de pessoas intituladas Mestres tendo pouca idade. Algumas citações específicas apontam Mestres com essas características por serem reencarnações de Mestres em vidas passadas. Isso para aqueles que acreditam!

Porém, a maior parte dos Mestres de nossa história passou pela fase de ser um aluno, depois pela fase de ser um discípulo, e por fim foi reconhecido por seu Mestre, que por portar o conhecimento da vivência de todas as etapas que o discípulo percorreu, pode identificar e considerar que o caminho foi concluído e que este está pronto para ser reconhecido como um Mestre.

O reconhecimento de seu próprio Mestre, assim como de todos os demais alunos e discípulos que seguem aquela doutrina e acompanharam de perto as etapas alcançadas, se torna a maior honra que um discípulo pode obter dentro do seu grupo, seja este da arte, da cultura, das lutas marciais ou do nível ou setor profissional que o mesmo optou por seguir.

Perceba aqui, que apenas o tempo não é determinante, mas sim as etapas, o ciclo de aprendizagem e as regras que regem aquela determinada formação.

Para você se tornar um Mestre no circulo acadêmico, você terá de passar pelo ensino infantil, ensino fundamental, ensino médio. Devera disputar uma vaga para ter acesso há uma faculdade e concluir os períodos que podem ser de 4, 5 ou 6 anos. Deverá se especializar e ser avaliado por uma comissão de Mestres de igual ou maior grau para também ser reconhecido como Mestre.

Não é possível queimar uma etapa de avaliação. Mesmo aqueles que são considerados gênios ou prodígios, são testados a exaustão para obterem reconhecimento.

Não é possível, que um aluno que tenha adentrado na faculdade há 20 anos, porém, largado o curso no meio do caminho, chegue à reitoria da instituição e diga que quer se qualificar a Mestre, sem concluir as etapas perdidas.

Não é possível que um simples colégio ou mesmo uma faculdade, introduza um aluno em seus cursos, sem comprovar historicamente com registro da instituição de ensino anterior, que aquele aluno efetivou as etapas anteriores para dar inicio nesta nova instituição, em um curso no qual o aluno pleiteia a formação.

Não vejo uma instituição de ensino superior, dar seu aval a um aluno recém-chegado, que não tem seu histórico escolar assinado pela direção da instituição de ensino anterior. Muito menos que deixe um aluno se formar pela nova instituição, carregando no peito o brasão da antiga instituição de ensino, no qual ele diz ter passado a sua trajetória de aprendizado que o habilitaria para a suposta posição, porém, com a discordância da mesma por não aceitar suas regras.

Vejo sim, com bons olhos, o Mestre que honra as tradições, que segue as regras estabelecidas, que tem a ética como diretriz e não se cala ao ver uma injustiça! Pois é dever do Mestre ensinar, passar orientação, conduzir seus alunos e discípulos a seguirem o caminho correto forjado por outras gerações.

Nota: Encerro este tópico com uma frase retirada da Revista Capoeira.
"Mas há, sim, algo que nos permite identificar um Mestre: a experiência, a segurança ao orientar um aluno e a consistência de suas afirmações e atitudes." (Mestre Luiz Renato Vieira, Brasília – DF Historiador)

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