No domingo dia 20 de dezembro de 2015, estivemos no bairro de Ramos no Rio de Janeiro para prestigiar o evento da Associação Grupo Capoeira Martins na sede de sua associação. Pontualmente às 10h a roda infantil foi iniciada para dar abertura ao evento, e assim, todas as crianças puderam aproveitar, jogando entre elas, jogando com os mais velhos e jogando com os mestres.

Antes da apresentação dos mestres convidados, Robertinho Fernandes, presidente da FCDRJ – Federação de Capoeira Desportiva do Estado do Rio de Janeiro pediu a palavra e disse que vem fazendo uma homenagem aos mestres cordéis branco durante os eventos neste mês de dezembro por seus mais de 30 anos de formatura de Mestre, e assim, entregou a Mestre Martins, Mestre Bogado e Mestre Mofacto, os únicos mestres cordéis branco presentes naquele momento uma medalha de Honra ao Mérito de Mestre Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, o que fez todos aplaudirem pelo reconhecimento.

Mestre Martins lembrou que depois de toda a caminhada de aluno até chegar a mestre de 1º grau cordel branco e verde, o mestre deve aguardar 10 anos para se tornar mestre de 2º grau cordel branco e amarelo, depois mais 10 anos para mestre de 3º grau cordel branco e azul, e finalmente mais 10 anos para chegar ao honrado título de mestre de 4º grau cordel branco, o que retrata que estes mestres dedicaram uma grandiosa parte de suas vidas pela capoeira.

Mestre Martins citou como exemplo o Mestre Bogado, que desde os anos 70 é um grande defensor da capoeira, com participação ativa nas federações desde o Estado da Guanabara até hoje, sendo uma referência para muitos capoeiristas.

Mestre Bogado por sua vez, retribuiu o elogio, dizendo que a capoeira do subúrbio carioca é um berço de muito aprendizado onde ele e muitos outros vieram beber desta fonte para adquirir conhecimento e repassar aos seus alunos.

Mestre Mofacto aproveitou para elogiar os 2 mestres e disse que se sentiria honrado se eles dessem um nó nos rabichos de seu cordel, o que para os capoeiristas é um sinal de respeito e amizade. E assim foi atendido por Mestre Martins e Mestre Bogado.

Retornando a apresentação dos mestres convidados, Mestre Martins pediu seu berimbau e começou a tocar, fazendo uma demonstração de vários toques, sendo acompanhado por seus alunos e depois puxou o coro: “Capoeira, oh lê lê... Capoeira, oh lá lá”.

E assim, de uma maneira muito peculiar, Mestre Martins foi chamando um a um os mestres para um jogo rápido e em seguida fazia a devida apresentação, o que se tornou uma atração para os presentes.

Ao fim das apresentações, pediu para que fosse tocado Iuna e abriu a roda para que os mestres pudessem jogar a vontade, para a alegria dos mais novos.

Depois desta bela festa de introdução, Mestre Martins deu início ao batizado dos alunos, mas antes deu um recado para os pequenos: “Quando vocês estiverem no pé do berimbau, pergunte ao mestre que vai te batizar qual é o nome dele, para que assim vocês não se esqueçam, e daqui a 10 anos, vou perguntar para vocês pra ver se ainda se recordam!!!”

O primeiro a ser batizado foi um aluno muito esperto, pois este pediu para ser batizado pelo próprio Mestre Martins, o que gerou muitos aplausos da plateia.

Após o batizado, Mestre Martins parou a roda para apresentar outros mestres que chegaram atrasados e também a grata presença de sua mãe que chegou feliz e sorridente.

Em seguida, deu continuidade no evento, agora com a troca de cordéis dos alunos mais velhos, permitindo que outros capoeiristas daquela graduação para cima pudessem jogar com eles, o que animou ainda mais a roda.

O auge da troca de cordéis foi à formatura de professor “cordel azul” do aluno Baiano, Mestre Martins falou da dedicação e esforço deste rapaz que chegou da Bahia sendo um aluno paciente e presente no grupo, o que faz a realização desta troca de cordel ser muito merecido.

Como sempre, Mestre Martins presenteou pais e alunos que se destacaram durante o ano, seja ajudando o grupo ou por méritos de dedicação e disciplina.

O evento foi finalizado na batida do Maculelê, onde os alunos e mestres entusiasmados por todo o decorrer do evento jogaram com bastões e facões para o êxtase dos presentes que puderam apreciar toda a festa.

Após a parada para muitas fotos, foi servido um almoço e sobremesa para todos os presentes que ali estavam, e assim, a confraternização entre pais, alunos e mestres foi completa para a alegria de todos.

Parabéns Mestre Martins por mais um ano de trabalho dedicado a capoeira, o que engrandece a todos que estão a sua volta.

A bela frase em sua sede diz tudo: “Amo a capoeira, porque dela fiz meu ideal... Mestre Martins”.

Iê ao Mestre!!!

Fotos: Leila Muniz e Jefferson Estanislau

#VemJogarCapoeira

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