Parte 3

No inicio do século XVII, a capoeira passou a se desenvolver com mais nitidez nos movimentos de ataques e defesa, transferindo de geração pra geração. Nas cidades do Rio de Janeiro, Recife e Salvador, os capoeiristas ficaram famosos, por causa de suas grandes façanhas, o que fez que ela tivesse uma maior propagação e paralela transformação. Eles eram negros livres, sem precisar de carta de alforria, e para assim se manterem usavam as mesmas armas utilizadas nas conquistas da liberdade. Os movimentos da capoeira.

No século XVIII os capoeiristas para não serem destruídos se uniram em grupos, que era liderada pelo mais experiente na capoeira e na vida, que os orientavam em como caminhar com segurança e aplicar golpes em pontos vitais, e os grupos mais fortes dominavam os outros que passariam a ser seus subordinados, estes grupos mais tarde ficaram conhecidos no Rio de Janeiro, como as Maltas Carioca.

Eles demarcavam os territórios e os denominavam como suas freguesias. E para sobreviver eles prestavam serviços para os latifundiários e os políticos da época, fazendo os piores tipos de trabalhos, por exemplo: Utilizavam a força bruta para promover espancamentos; Acabar com reuniões ou comícios políticos; Promoviam invasões de terras, sequestros e cometiam até crimes de morte contra os rivais de seus mandantes, conseguindo assim a fama de marginal que nos acompanhou até os anos 80 do XX.

Nos anos de 1800, os capoeiristas espalhavam o terror na cidade do Rio de Janeiro. Com a chegada de D. João VI, em março de 1808, para sua segurança e de sua família nesta cidade, e também para combater os capoeiristas, criou no dia 13 de maio de 1809 a Divisão Militar da Guarda Real de Policia, comandada por José Maria de Rebelo.

Mas essa corporação ficou marcada, pelo o seu Subcomandante, o brasileiro Miguel Nunes de Vidigal. Incansável combatente dos marginais da época, implacável perseguidor dos candomblés, rodas de sambas e dos capoeiristas. Ele foi o maior inimigo dos capoeiristas.

O Major Vidigal foi chefe de policia do Rio de Janeiro, dia 23 de abril de 1821 até o dia 12 de outubro de 1824. E foi o maior combatente da capoeira na ocasião. Ele era um excelente capoeirista de profundo conhecimento nesta arte. E para combater os mesmo usou como arma chicotes que os mantinha a distancia, conseguindo assim neutralizar e prender vários praticantes de capoeira naquela época.

Nascido em 1745, na cidade de Angra dos Reis – RJ, faleceu aos 98 anos de idade, em sua casa no bairro do Vidigal na cidade do Rio de Janeiro, no dia 10 de julho de 1843, com a patente de marechal de campo.

O capoeirista que tem seu nome registrado na historia do Brasil é Francisco Gomes da Silva, (Chalaça) que foi adotado, por um português que veio para o Brasil com a comitiva de D. João VI, e foi criado junto de D. Pedro I. Eles frequentavam as senzalas e os Quilombos Cariocas onde ambos aprenderam capoeira, na adolescência passaram a frequentar as casas noturnas onde curtiam as mulheres da vida, a casa de sua preferência era a taberna da corneta, onde eles encontravam seus amigos também capoeiristas e saiam promovendo a desordem e arruaças pela cidade.

Já adulto, em seu governo, D. Pedro I teve problemas com a segurança do império, quando houve a rebelião dos soldados mercenários no ano de 1828, (o Brasil naquela época não tinha exercito, e assim, eram contratados para defender o império, os estrangeiros que aqui habitavam, sendo em sua maioria Irlandeses e Alemães) que insatisfeitos com os maus tratos sofridos pelos oficiais que eram brasileiros natos, se revoltaram contra o imperador.

Nesta ocasião, D. Pedro I recorreu aos seus amigos da capoeira e os usou como braço esquerdo, para vencer os revoltosos, controlando assim a situação.

Mestre Touro
Antônio Oliveira Bemvindo


Observação: Aguardem a quarta parte!