CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escravidão de negros não ocorreu apenas no Brasil, ocorreu em vários países das Américas, mas em nenhum deles houve uma manifestação de libertação como a que aconteceu por aqui. Nem mesmo na África havia algo semelhante a nossa Capoeira.

São poucos os registros históricos, principalmente porque o negro naquela época era proibido de adquirir estudo e assim fazer seus próprios registros, é difícil definir quando e onde a capoeira realmente surgiu, a única certeza é que ela nasceu realmente no Brasil, fruto da escravidão, por africanos natos, descendentes, mestiços, brancos e índios que foram se misturando e trocando experiências de vida cativa em busca de liberdade.


Definição de: Ca.po.ei.ra

- O vocábulo capoeira é de origem indígena Tupi, que significa mato que não existe mais.
- O termo capoeiros também era utilizado nas grandes cidades para distinguir os negros carregadores de grandes cestos.

A primeira definição nos leva a crer que a capoeira surgiu nas matas, nas fazendas, nas senzalas. A segunda definição vai de encontro com o estudo de Adolfo Morales de Los Rios Filho, que a “capoeira teria nascido nas cidades, nas disputas dos trabalhadores da estiva, dos negros carregadores dos grandes cestos”.

Enfim, a Capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura popular e música. É caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, utiliza-se também de acrobacias em solo ou aéreas. A musicalidade é o que mais difere a capoeira da maioria das outras artes marciais.


Os estilos da capoeira

- Capoeira Angola: refere-se a toda a capoeira que mantém as tradições da época anterior à da criação do estilo Regional. Em outras palavras é a capoeira mais tradicional. O nome "Angola" foi imortalizado por Mestre Pastinha, ao inaugurar em 23 de fevereiro de 1941 o "Centro Esportivo de capoeira Angola" (CECA).

- Capoeira Regional: começou a nascer na década de 1920, nos redutos de Mestre Bimba, que acreditava que a capoeira tão recriminada perdera seu valor e precisava ser renovada. Ele retirou e incluiu novos golpes, criou uma sequência de ensino e metodizou a capoeira para aceitação, e a chamou de Luta Regional Baiana, visto que a capoeira ainda era ilegal na época.

- Capoeira Contemporânea: a partir da década de 1970 um estilo misto começou a adquirir notoriedade, com alguns grupos unindo os fatores que consideravam mais importantes da Capoeira Regional e da Capoeira Angola. Notadamente mais acrobáticos, este estilo misto é visto por alguns como a evolução natural da capoeira, por outros como descaracterização ou até mesmo má interpretação das tradições da capoeira. Com o tempo, toda capoeira que não seguia as linhas da Regional ou da Angola, mesmo as amalgamadas com outras artes marciais, passou a se denominar "Contemporânea".


Reconhecimentos:

- No dia 15 de julho de 2008 a Capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro e registrada como Bem Cultural de Natureza Imaterial, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com base em inventário realizado nos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro, considerados berços desta expressão cultural.

- Em novembro de 2014, a Roda de Capoeira recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.


Fontes de referência:

* https://pt.wikipedia.org
* http://www.palmares.gov.br
* http://www.capoeira-palmares.fr
* http://www.historiadobrasil.net
* http://professorleiteiro.blogspot.com.br
* Gymnastica Nacional (Capoeiragem) Methodisada e Regrada, Aníbal Burlamaqui, Rio de Janeiro, 1928.
* Zumbi , Joel Rufino dos Santos, Ed. Moderna, 1985.
* Capoeiragem, Associação de Capoeira Barravento, 1ª Edição, 1986.
* O Capoeira , Nireu Cavalcanti, Jornal do Brasil, 15 de novembro de 1999, citando do códice 24, Tribunal da Relação, livro 10, Arquivo Nacional, Rio de Janeiro.


Salve a Capoeira!!
Jefferson Estanislau

« Página anterior