Antônio Oliveira Bemvindo, nascido no dia 03/11/1950, em Cachoeiro do Itapemirim, no estado do Espírito Santo. Veio para o Rio de Janeiro com apenas 6 anos de idade, fixando residência no bairro da Penha, inicialmente na antiga Rua 3, n°03 - Vila Cruzeiro.

Saiu de casa cedo para trabalhar, inicialmente carregando bolsas de madames nas feiras livres, depois fez carreto, então conheceu o Índio (feirante vendedor de repolho) e passou a ajudar-lhe a limpar repolhos nas feiras aos sábados em Brás de Pina.

Fez amizade com o Baixinho do Limão e através dele conheceu o Sr Raphael, que tinha um caminhão de feira, que ficava estacionado na Rua Costa Rica, esquina com a Rua Conde de Agrolongo, passando assim a dormir neste caminhão. Por causa da amizade que tinha nesta localidade, trabalhava nas feiras e nas folgas brincava com seus amigos de infância, só voltando para a casa aos domingos.

No mês de outubro frequentava as festas da Penha com os amigos da feira, onde viu pela primeira vez, no segundo domingo de outubro de 1957, uma roda de capoeira. No dia seguinte comentando com os garotos que eram seus amigos, descobriu que entre eles existiam alunos de capoeira, um deles era o Celso Pepe que passou a ensina-los como se fosse brincadeira, tornando-se seu mestre de capoeira. Então no ano seguinte ele já era capoeirista é jogava nas rodas da festa da Penha.

Em 1964 assumiu o Grupo de Capoeira Cativeiro, que era do Mestre Celso Pepe, e mais tarde em 23/04/1964, criou o seu próprio grupo o denominando de Grupo de Capoeira Corda de Bambas.

Continuou trabalhando na feira até o período de prestar serviço militar, e dava aulas de capoeira na Rua Nicarágua,174 - Penha (academia Leopoldinense) até o ano de 1981, assim como em outros bairros: Vista Alegre, Irajá, Parada de Lucas, Cordovil, Vigário Geral, Catete, Bonsucesso, Honório Gurgel e Praça Tiradentes.

Depois de prestar serviço militar, foi trabalhar como estivador (DTM) ficando por 3 anos, onde conheceu o Banzo Africano, que o levou para lutar Tele Cath (Cath Can). Quando foi visto pelo ator José de Arimatéia, este o apadrinhou, levando-o para a televisão.

Na função de ator, atuou em vários programas de TV, dentre eles os Trapalhões, Chico City e Praça da Alegria; também participou de novelas, como: Escalada, Memória de Amor, Cambalacho, Escrava Isaura entre outras. Também atuou no Teatro e nos Cinemas.

Como seu amor pela Capoeira foi maior, dedicou sua vida em prol desta arte, mas havia a necessidade de ter um emprego fixo. Mestre Touro entrou para a política quando conheceu o vereador Carlos de Carvalho, que o empregou na Câmara Municipal do Rio de janeiro, onde permanece até hoje como assistente do Legislativo.

Hoje, seu trabalho de capoeira se estende a outros países, em cidades norte americanas como: San Diego / CA, Los Angeles / CA, Dallas / TX, Oakland / CA e Detroit. Na Espanha nas cidades de Castellón e Valência. No Brasil ele ensina em sua residência a meninos da comunidade.

Mestre Touro se tornou uma referência para muitos capoeiristas do Rio de Janeiro e do mundo, não apenas por preservar as características da capoeira, da capoeiragem carioca, mas também pelo seu rico conhecimento da história do Brasil, por fatos e datas marcantes que envolvem a luta da capoeiragem para a sua sobrevivência.

Não e a toa que ele é conhecido como a Lenda Viva da Capoeira Carioca.

Ao Mestre Touro, todo o nosso carinho e respeito.